Vamos falar sobre a característica Excelência. Alexandre Pires tem como forte esse atributo. As pessoas que são realmente conectadas têm a excelência como um ponto de valor. São pessoas que não abrem mão de fazer o máximo, elas que treinam cinco vezes para executar uma vez. A capacidade de execução não é menor, mas se preparam muito, são pessoas que não abrem mão de fazer uma performance perfeita e buscam sempre evoluir. Alexandre Pires estourou no samba, virou um cantor romântico, fez carreira no exterior, voltou para o Brasil. Rola até boatos a respeito que ele usa uma mesa de monitoração exclusiva para ele, porque ele quer entregar o melhor. Além disso, ele dança, canta, canta com headset…. É muita técnica envolvida, ele é um cara que não abre mão de excelência.

Alexandre Pires

Segundo filho do casal João Pires e Maria Abadia, Alexandre Pires seguiu os mesmos passos que os pais. Seu João e dona Maria fizeram parte de uma banda que sacodia os salões de baile não só em Uberlândia, onde Alexandre veio ao mundo (em 8 de janeiro de 1976), mas também por todas as redondezas de Minas Gerais. Com pai baterista e mãe vocalista, o destino não deixaria outra alternativa ao garoto. Aos 13 anos, incentivado pelo pai, começou a aprender a tocar cavaquinho. Nota vai, nota vem, logo faria seu primeiro samba: “Só Pra Contrariar”, gravado na época pelo grupo Fundo de Quintal. Lá está a inspiração para o batismo do grupo que seria responsável pelo boom do pagode na década de 90, liderado , por Alexandre Pires, que, até então, dividia a cena com o irmão Fernando e o primo, Juliano.

Álbuns do SPC

Em 1993, os efeitos do primeiro sucesso se deram com a gravação do álbum: “Que se chama amor”, música que dava nome ao álbum, além de “A Barata” e “Domingo” tornaram-se febre nas rádios de norte a sul. Vieram mais seis discos. Em 1994, o segundo disco “Meu Jeito de Ser”, consolidou o sucesso do grupo e o de Alexandre em particular, que logo virou ídolo pelo carisma que exibia no palco e nas apresentações televisivas. A faixa “Essa Tal Liberdade” virou hit e mostrou que o pagode pop do grupo não era modismo passageiro. Em 1995 o terceiro “O samba Não tem fronteiras”, em 1996 “SPC: Futebol Clube Ao vivo”. E 1997 o álbum “Depois do prazer”, o que alavancou a carreira do grupo e deu início ao sucesso internacional. Em 1999 o grupo lançou o álbum “Só pra contrariar: Santo Santo”. Em 2000 “Bom astral” e o último com a participação de Alexandre Pires no grupo foi em lançado em 2002 o “SPC Acústico”. A partir daí, Alexandre Pires começou a seguir carreira solo.

A carreira internacional

Com 10 milhões de cópias vendidas. A fama das canções “Depois do Prazer” e “Mineirinho”, lançadas no Brasil em 1997, levou o SPC a gravar um álbum em espanhol, que emplacou nada menos do que 700 mil cópias em países hispânicos. A carreira internacional começou então a se desenhar em Mônaco, onde Alexandre e SPC receberam das mãos do Príncipe Albert o prêmio World Music Awards, pela venda de mais de 3 milhões de cópias daquele mesmo álbum de 1997. Na esteira do sucesso, veio o convite de Gloria Estefan para que Alexandre gravasse um single com a música “Santo Santo”, dueto com a cantora, devidamente contemplado com uma indicação ao Grammy Latino em 1999. Mesmo em turnê com o SPC, em 2001, Alexandre levou às lojas seu primeiro álbum solo em espanhol, “É Por Amor”, que depois ganhou versão em português. Produzido por Emílio Estefan e dirigido ao público internacional, o trabalho apresentava um Alexandre pronto para entoar outro estilo, com predominância de baladas românticas. A música “Usted Se Me Llevó La Vida” ganhou vaga na trilha sonora da novela Porto dos Milagres (Globo, faixa nobre) e o consagrou como o mais novo intérprete nacional de sucesso. Já sem condições de acompanhar todos os compromissos do grupo, o cantor deixou o SPC em 2002, depois de uma apresentação para mais de 14 mil pessoas em Nova York. No histórico do Só Pra Contrariar, Alexandre deixou seu nome em 7 álbuns em português e 2 em espanhol.

A carreira solo

Após sua saída do Só pra contrariar, em 2002, Alexandre lançou seu primeiro álbum solo, chamado “Alexandre Pires” e, no ano seguinte, o boom de sua carreira solo, álbum “Estrela Guia”. Com versão em espanhol para os países latino-americanos e Europa. O álbum contou com as participações de Alejandro Sanz em “Solo Que Me Falta” e de Rosário Flores em “Inseguridad”, que rendeu duas indicações ao Grammy. Pouco depois, o mineirinho apareceu na Casa Branca, como convidado do presidente dos Estados Unidos. Para George W. Bush, cantou “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, em bom português, por ocasião da comemoração do mês da Descendência Hispânica em terras de Tio Sam. Alvo de apostas da indústria fonográfica nos EUA, Alexandre ganhou lá uma tiragem especial de “Estrela Guia”, acompanhada de um DVD com os videoclipes já gravados por ele. Em 2005, Alexandre apresentou o disco Meu Samba. Com produção de Cláudio Rosa, o trabalho marcou o retorno do cantor às raízes do samba. Sexto CD da carreira solo, o álbum promoveu a fama de “Tira Ela de Mim”, “Apelo” e “Eva Meu Amor” entre as mais tocadas de todo o Brasil. No mesmo ano, Alexandre é agraciado com o Troféu Raça Negra como “Melhor Cantor, no Dia Nacional da Consciência Negra. Em 2008, Alexandre volta ao Brasil para gravar, em 8 de janeiro, dia de seu aniversário e, em sua cidade natal, o DVD Em Casa, edição totalmente voltada ao público brasileiro. O trabalho mereceu um apanhado de toda a sua carreira, desde os idos do Só Pra Contrariar, incluindo novos hits como Pode Chorar, Delírios de Amor e Dessa Vez Eu Me Rendo. Ivete Sangalo, Daniel, Alcione e Perlla, mais os cantores angolanos Yolá Araújo e Anselmo Ralph, estampam ali seus créditos, à altura do que se pode chamar de participações muito especiais. Revertido em CD, o álbum vendeu 400 mil cópias. Em 2012, Alexandre Pires gravou o DVD Eletro-Samba, coroado com a participação de artistas importantes. Convidados como, Xuxa Meneghel pela primeira vez tomou parte de um DVD que não era o seu próprio, ao interpretar “Arco-Íris”. O show se estendeu aos domínios das grandes musas brasileiras. Vide Cláudia Leitte, com quem Alexandre fez dueto em Minha Solução. E Sabrina Sato, que relembrou seus dotes de bailarina ao som de “Eu Vou Pra Cima”, que cantou com o irmão e primeiro parceiro musical, Fernando Pires. Para superar todos os patamares, Alexandre dividiu o palco com a mãe, Abadia Pires, musa e criadora maior de seus dons, em “Sonhei e Acordei”.

Álbuns Solos

Alexandre Pires lançou vários álbuns de sucesso em sua carreira solo. Como “Alexandre Pires” em 2002, seu primeiro álbum solo. Em 2003 “Estrela Guía” e “Estrella Guia: Edição Especial em Espanhol – CD + DVD”. Em 2004 “É por amor”, 2005 “Alto Falante”, em 2006 “Meu Samba”. Em 2008 o álbum “Em Casa” que foi gravado em Uberlândia. Depois de três anos, foi lançado o álbum “Mais além”. Em 2012, o álbum com vários artistas “Eletrosamba” e, em 2018, “O Baile do Nego Véio”.

Só pra contrariar 30 anos

Em 2019, o grupo comemorou 30 anos de existência. Eles lançaram o disco “O Lado B do SPC” e fizeram turnê pelo Brasil. E Alexandre Pires não ficou de fora dessa comemoração.

Alexandre Pires e Neymar

As parcerias do Alexandre Pires não foram só com músicos. Pagode e futebol é uma coisa que combina e muito. Em 2012, Alexandre fez uma parceria com Neymar e Mr. Catra na música “Kong”. A música ficou mais conhecida pelo vídeo clipe polêmico, e surgiram até boatos que Alexandre Pires estava sendo processado por racismo, pois é. No ano seguinte a NR Sports, empresa criada pela família de Neymar para gerenciar a carreira dele, expandiu os horizontes e entrou no ramo da música. Após negociações, o pai do jogador do PSG, Neymar Santos, fechou contrato com Alexandre Pires e comprou parte dos direitos do grupo Só Pra Contrariar. Para Neymar pai, a parceria aconteceu pela admiração que todos da família sempre tiveram pelo grupo nestes 30 anos de sucesso. Recentemente, Neymar “invadiu” a live do Alexandre Pires, eles interagiram e cantaram, como bons “parças” que são.